Maria Inês Dolci

Advogada especializada na área da defesa do consumidor.

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Reerguer cidades gaúchas dependerá muito das pequenas empresas

Entidades empresariais podem ajudar pequenos empreendimentos com recursos financeiros e conhecimento empresarial

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Os terríveis efeitos das inundações no Rio Grande do Sul –na manhã desta terça-feira (7), havia 90 mortes confirmadas, 132 desaparecidos e destruição generalizada de estradas, hospitais, ruas, casas etc. –vão exigir muito mais do que dinheiro. Os gaúchos necessitarão de apoio para reerguer o estado, inclusive no funcionamento do comércio e serviços.

Pequenos mercados, lojas, farmácias, lotéricas, dentre outros estabelecimentos, tiveram perdas parciais ou totais de seu estoque e danos estruturais graves. Esses microempresários terão de contar com financiamento com grande carência e, se possível, sem juros, para retomar suas atividades.

Vista aérea das ruas de São João, em Porto alegre, durante operação de resgate. - Florian PLAUCHEUR / AFP

O Saque Calamidade do FGTS (Fundo de Garantia) para os afetados pelas enchentes, limitado a R$ 6.220 vai ajudar, obviamente. Mas não basta. A solidariedade de brasileiros e brasileiras de todos os estados e regiões do Brasil, além de contribuir com quem perdeu tudo, também demonstra que os gaúchos não estão sozinhos nesse período tão difícil.

Além de fazer doações –o que é fundamental nesse momento –as entidades empresariais podem ajudar os donos e empregados dos pequenos empreendimentos, não somente com recursos financeiros, mas com o conhecimento empresarial.

Isso abrange, também, os pequenos produtores de hortaliças, frutas, leite e mel, proprietários de avícolas e de indústrias de pequeno porte, sem capital de giro para fazer frente aos prejuízos provocados pela chuva.

Os clubes de futebol já estão colaborando, e serão ainda mais importantes no processo de renascimento de cidades destruídas. Eles têm todas as condições de catalisar, de estimular o empreendedorismo em pequenos municípios, essencial para que as populações tenham produtos e serviços de que necessitam.

Lembro que as cidades surgiram quando o ser humano passou a cultivar a terra, e se desenvolveram com o comércio. Foi essa atividade que fez as cidades crescerem. E será com as relações de consumo que as comunidades do interior do Rio Grande do Sul voltarão a ter uma vida mais semelhante à que tinham antes deste terrível evento climático.

As enchentes também podem impactar a inflação dos alimentos, pois o Rio Grande do Sul é grande produtor de arroz, milho, soja, carne e leite. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse que o governo federal poderá importar arroz e feijão para equilibrar a oferta.

Como os cientistas advertem que esses eventos devem voltar a ocorrer no Brasil, nunca é demais enfatizar que não podemos continuar destruindo o planeta, pois os dramas ambientais tendem a se multiplicar, com muita dor e sofrimento, como está ocorrendo no Rio Grande do Sul.

Minha solidariedade a todos e todas que estão enfrentando tantas perdas.

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